Ainda parece distante a experiência de parar em uma banca para folhear revistas. O que domina as prateleiras agora são capas de celulares, salgadinhos, pacotes de biscoitos e, talvez, algumas poucas publicações de fofocas, gibis e palavras cruzadas. Porém, alguns movimentos no mercado editorial internacional indicam uma possível reviravolta. Segundo reportagem da Bloomberg, o número de lançamentos nas bancas já superou o ritmo pré-pandemia, com 70 novos títulos impressos lançados nos Estados Unidos apenas neste ano. “As editoras voltaram a investir na versão física ao perceberem que, atualmente, as revistas são tratadas como artigos de luxo. São produtos sofisticados, em sua maioria com páginas brilhantes, recheadas de matérias extensas e bem apuradas, moda de alta qualidade ou fotografias originais que exigem tempo e custos elevados para serem produzidas”.
A Condé Nast, que já foi uma das editoras de revistas mais poderosas do mundo, abrigando mais de duas dezenas de publicações impressas em seu auge, sustenta que suas revistas oferecem aos anunciantes um acesso a um público mais exclusivo, difícil de alcançar pelo meio digital. “Nosso público é mais jovem e com maior poder aquisitivo que o consumidor médio. Embora não seja impossível encontrar essas pessoas online, os anunciantes enfrentam desafios — as pessoas costumam evitar ou ignorar anúncios digitais, e, mesmo quando tudo funciona tecnicamente, ainda há questões de ‘segurança de marca,’ que podem surgir caso um anúncio apareça junto a conteúdos considerados inapropriados.”
Vale considerar que esse mesmo apelo nostálgico vem sustentando revivals de várias mídias físicas, como câmeras de filme e discos de vinil, e também ajudou a estabilizar o mercado de livros e livrarias, que os e-books supostamente deveriam ter extinto anos atrás.
Confesso que, no passado, cheguei a assinar cinco ou seis revistas ao mesmo tempo. Hoje, mantenho apenas a assinatura da versão impressa da Piauí, especialmente por causa dos textos longos, que acho incômodos de ler na tela. Ainda assim, me anima a ideia de voltar a frequentar bancas para descobrir novos títulos e, quem sabe, assinar publicações que realmente entreguem conteúdo diferenciado.
E você, ainda cultiva esse hábito? Voltaria a comprar ou assinar revistas impressas? Compartilhe sua experiência nos comentários!
Comentários